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Sintomas de Mãe

Este é um espaço de mim para mim, na tentativa de aprender a lidar com o assunto da maternidade através da partilha de ideias, dúvidas, desabafos, emoções, pensamentos, alegrias... E tudo o que mais houver!

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Sintomas de Mãe

31
Mar23

A reação do pai (ou a falta dela)

Era suposto isto ser uma história engraçada, dar direito a um daqueles vídeos que tantas vezes vemos nas redes sociais, em que o homem chora quando a mulher lhe conta que vai ser pai. Só que não.

Aproveitei que o moço estaria a trabalhar para tentar organizar alguma coisa fofinha para lhe dar a boa nova. O meu maior problema é que o meu jeito para mentir é nulo, pelo que é rara a vez em que não sou apanhada na curva. Vai daí que peguei na minha mota, numa tarde em que ameaçava chover, e fui até ao shopping na expectativa de arranjar qualquer coisa para o momento.

 

Em breve um post dedicado ao tema "Como assim ela está grávida e anda de mota!?"

 

Não sou pessoa de dar nem receber prendas. Há muitos anos que a minha família aboliu esse conceito, pelo que as prendas que oferecemos uns aos outros não são porque as festividades assim o "exigem" mas sim quando existe uma necessidade específica que pode ser colmatada por outrem que tem essa possibilidade e desejo. Posto isto, a norma é apenas que todas as prendas que ofereço tenham utilidade. E neste caso não quis que fosse exceção.

A primeira possibilidade em que pensei foi na clássica peça de roupa de bebé (e já ficava para o enxoval). Mas sinceramente sou mãe há 5 semanas, ainda não sei o que é suposto comprar para um recém-nascido, qual será o sexo, que tipo de tecidos se adequam a uma criança que nasça em Novembro, e sequer se a gravidez vai continuar porque, sejamos sinceros, até às 12 semanas há uma possibilidade significativa de não vingar (Knock on wood). Demasiada coisa ainda para pensar portanto mudei o chip. Por outro lado, achei que uma mudança tão considerável na vida de alguém requer alguma instrução sobre o assunto, portanto decidi oferecer-lhe um livro que abordasse o tema, não só na perspetiva dele como recente pai, como da minha. Porque é certo que os homens têm sobretudo de lidar com o resultado das alterações hormonais e emocionais das grávidas. 

Escolhi o livro do pediatra Mário Cordeiro "Vou ser Pai - Manual de sobrevivência". Coloquei o teste de gravidez entre a capa e a primeira folha e atei o livro com ráfia, como se nele viesse integrada uma oferta. Quando ele chegou a casa agi naturalmente. Aproveitei que ele foi tomar banho e coloquei o meu telemóvel a filmar no suporte que temos para o tablet no móvel da TV. Pois não é que assim que entrou na sala ele (que é capaz de passar 10 x por uma coisa desarrumada sem notar que ela lá está) notou logo que no suporte estava o meu telemóvel em vez do habitual tablet? Pior! Foi espreitar e percebeu que estava a filmar e desmascarou-me logo. Ainda tentei dar-lhe a volta a dizer que ia fazer com ele uma coisa que vi num reels mas que assim já não tinha piada e tal... Mas ele ficou logo com a pulga atrás da orelha.

Entretanto disse-lhe que, como estávamos a tentar engravidar, não resisti a comprar-lhe uma coisa que vi numa montra. Ao dar-lhe o livro disse-lhe que vinha com uma oferta lá dentro mas que não sabia o que era. Pois a criatura assim que olhou para o "conjunto" por mim manipulado disse logo "Aposto que a oferta é o teu teste de gravidez positivo".

É isto. Uma pessoa bem tenta fazer algo diferente, apelativo, ternurento, ligeiramente criativo... Mas quando não se tem jeito não vale a pena ter grandes esperanças. Se houver uma próxima envio-lhe simplesmente um SMS. A única parte engraçada disto tudo é que o telemóvel continuou a filmar e apanhou a minha cara constrangida, em vez da dele.

28
Mar23

Quando precisas de um banquinho... Para fazer cocó

É isso mesmo. Este é o meu novo melhor amigo. Ainda não lhe dei nome mas face à importância crescente que vai tendo na minha vida, estou seriamente a ponderar atribuir-lhe um, aceito sugestões. Melhores 7€ que investi nos últimos tempos.

Banquinho Lidl.jpg

Desde que comecei a sentir os primeiros sintomas de gravidez, ainda antes de confirmar que estava grávida, o que mais me tem incomodado são as cólicas, que se de dia costumam passar despercebidas, de noite dão constantemente o ar da sua graça. Há sensivelmente 10 dias que acordo 2 a 3 vezes durante a noite com dores fortes, dores essas que só são atenuadas depois de uma visita ao WC. O problema é que esta visita noturna, que nada tem de fugaz, só tem reais possibilidades de sucesso se "aconchegar" os meus joelhos junto ao peito, o que requer toda uma logística que, no meio do silêncio da noite, com os olhos semicerrados e duas gatas a achar que está na hora de comer, não é fácil!

 

Já tinha ouvido falar desta posição que, segundo alguns especialistas, é a mais eficiente no que toca a fazer o n.º 2, já que permite relaxar o músculo e facilitar a passagem do intestino. Mas para ser franca nunca tinha precisado de a testar. E neste momento simplesmente não consigo de outra forma, motivo pelo qual o meu "banquinho à espera de nome" passou a ser tão importante nas minhas noites, já que sem ele não sei como seria. E ainda por cima é dobrável, guarda-se em qualquer espacinho.

 

Mas se é verdade que esta posição me tem permitido não sofrer de insónias fatais, também é verdade que ela não passa de um recurso temporário. Espero. Porque àquilo que como e às dores que sinto, só conseguir desfazer-me de 3 caganitas mal cheirosas em forma de grão de bico quantidades efémeras de fezes não é solução.

 

Se isto continuar assim vou apodrecer por dentro, certamente.

 

Como será quando a barriga crescer? Será que vou conseguir manter a posição do banquinho? Será que a barriga vai caber no meio das pernas? Será que vou ter de pensar em estratégias criativas de expulsar excrementos? Até que era um desafio que daria para mais posts... 

23
Mar23

Será?

Até agora sempre usámos dulplo método de proteção: pílula e preservativo. Não que um dos dois não seja suficiente, especialmente a pílula que é batante eficaz, mas porque considero que o preservativo é muito mais seguro e higiénico para a saúde feminina. O moço sempre percebeu e nunca se importou, embora ansiasse pelo dia em que poderia deixar de usar a dita borracha. O que aconteceu a meados de Janeiro, quando também eu deixei de tomar a pílula.

 

Embora tenha sido um mês tranquilo já senti alguma ansiedade, creio que normal de quem começa esta jornada. Será que vou conseguir? Será que vai ser demorado? E se passar muito tempo e não acontecer? And so on... Não fiquei espantada quando menstruei a 23 de Fevereiro, embora tenha ficado triste. Nos dias anteriores andei a tentar perceber se sentia alguma coisa diferente no meu corpo, e embora quisesse associar alguns sinais a uma possível gravidez (essencialmente sensibilidade nas mamas), tudo o que senti foram os habituais sintomas da TPM. 

 

Antes de tomar a pílula nunca tive ciclos regulares, tendiam sempre a ser maiores que os 28 dias e a duração era sempre incerta. Ora 35, ora 37, ora 32, ora 40. Por isso fiquei surpreendida quando percebi que este primeiro ciclo sem recurso à pílula tinha sido exatamente de 28 dias. Face a esta "novidade", quando iniciei um novo ciclo a 23 de Fevereiro assumi que haveria a possibilidade de voltar a ter 28 dias, portanto apontei o meu período fértil para a janela entre 7 e 14 de Março, dias que, como era de imaginar, o moço adorou. Não sei se tivémos relações sexuais todos os dias mas, se falhámos, foi no máximo um. 

 

Este mês não estive tão ansiosa, encarei estas tentativas com naturalidade e li um pouco sobre o assunto. Li o eBook "Método Natural de Fertilidade" que nos ensina a ler convenientemente os sinais do nosso corpo e a cruzar indicadores que nos ajudam a identificar corretamente a nossa janela fértil. A leitura deste eBook vinha da minha perceção de que, mais cedo ou mais tarde, precisaria de algum esforço pessoal para garantir que fazia as coisas na altura certa. Afinal, já não tenho 20 anos.

 

No domingo, dia 19, começo a sentir alguns sintomas que não são habituais para mim no que respeita à TPM, nomeadamente uma espécie de cólicas no baixo ventre. Não eram dores absurdas mas eram constantes. A melhor forma de as caracterizar era como se algo me estivesse a pressionar essa zona de forma constante, não ao ponto de me doer mas ao ponto de me deixar bastante desconfortável, o que me levou a passar o domingo todo em casa porque era, realmente,  uma sensação muito incomodativa. Juntamente com este sintoma, e mais ao final do dia, comecei a sentir um ardor nos mamilos, acompanhado pelas dores "normais" da TPM. Confesso que não liguei muito a estes sinais porque achei que seriam os habituais sintomas pré-menstruação, mas lembro-me de pensar que estavam ligeiramente diferentes e a vir cedo de mais, já que habitualmente os meus sintomas só surgem 1 a 2 dias antes de menstruar e sinto apenas alguma sensibilidade nas mamas, dores de cabeça e, às vezes, pontadas pontuais no baixo ventre. Porém, não estranhei porque os sintomas podiam ser diferentes agora que não tomo a pílula, ou o ciclo podia por algum motivo ter sido mais curto.

 

Na segunda-feira, dia 20, passei o dia no escritório constantemente com os mesmos sintomas que surgiram no dia anterior, sendo que as dores mamárias se intensificaram. Fui imensas vezes à casa-de-banho, algumas porque tinha realmente bastante xixi, outras porque estava certa de que o período chegaria a qualquer momento tais as dores no pé da barriga. À noite, já em casa, partilhei a situação com o moço e disse-lhe em tom de brincadeira: "Se a tensão pré-menstrual sem pílula vai ser sempre assim, até me dá vontade de a voltar a tomar rapidamente". Nessa noite notei outra coisa estranha: eu sou sempre certinha nas minhas idas ao WC e, embora cheia de cólicas, não conseguia expulsar aqueles resíduos de dentro de mim. Tinha vontade mas simplesmente não saía nada. Foi nesse momento que me lembrei de uma conversa uns dias antes com a namorada de um amigo do moço, mãe de uma linda bebé de 1 ano e meio, que partilhava connosco que o pior da sua gravidez tinha sido a prisão de ventre. A palavra que dá título a este post ecoou na minha cabeça mas optei por rapidamente a desconsiderar, não valia a pena criar expectativas desnecessárias.

 

Na 3ª feira dia 21 continuei sem conseguir fazer o n.º 2. Ao longo do dia as cólicas foram mais fracas e já não eram constantes, mas a pressão no peito intensificou. Parecia que sentia as mamas quentes, pesadas e inchadas, diferente da habitual sensibilidade que sinto na TPM. Outra coisa diferente em mim era a sede, estava sempre com vontade de beber água, algo que não é de todo natural em mim, pelo contrário, bebo muito pouca água (I know it's bad!). Foi nesse dia que resolvi contactar o Dr. Google e questionar-lhe sobre alguns dos sintomas habituais no início da gravidez. Tal como eu suspeitava era demasiado cedo para ter sintomas, já que, habitualmente, só são sentidas diferenças a partir da 5ª semana, normalmente já após o atraso menstrual. Porém, também não era mentira que alguns dos sintomas enumerados pelo Dr. Google eram, de facto, cólicas e prisão de ventre. Voltou a ecoar na minha cabeça a pergunta "Será?". Para além de consultar o Dr. Google, a quem desde já agradeço, contactei também um outro especialista que tem um histórico razoável com experiências de gestantes - o Dr. YouTube. Foi ali que assisti à partilha de inúmeras situações em que as mulheres percebiam que estavam grávidas antes de se dar o atraso. E foi através destas experiências que percebi que 95% delas tiveram os mesmos sintomas que eu e também os confundiram com a TPM. No entanto, também havia uma série de sintomas que eu não tinha e que também eram habituais: cansaço, sangramento de nidação, sabor a ferro na boca, azia, etc.. 

 

No dia 22, ontem, os sintomas persistiram embora mais fracos - já suportava tocar nas mamas e as cólicas deixaram de ser constantes para serem periódicas. Na parte da tarde surgiram dois novos sintomas: sono e cansaço. Aquele cansaço como quando estamos a "chocar" uma gripe e sentimos tensão e ligeiras dores nos músculos. É suposto o período vir hoje, dia em que estou a escrever este post, mas tenho quase a certeza absoluta que não vem. São demasiadas mudanças, sinais e sintomas... Ou então não! Hoje foi o dia em que, pela primeira vez, senti ligeiras tonturas e fraqueza de manhã, mesmo após ter tomado o pequeno almoço.

 

Queria muito partilhar com o moço o que estou a sentir mas a verdade é que não quero criar expectativas (já chega as que carrego comigo e que têm vindo a crescer ao longo destes últimos 5 dias). Além disso, e caso se confirme que estou grávida, estaremos ainda numa fase muito recente da gravidez, e embora não tenha em mente esperar as habituais 12 semanas para contar aos mais próximos, também não quero que aconteça já. Como o moço está de folga hoje e amanhã, e vai passar os dois dias com os pais e avós à sua terra natal, tive algum receio de partilhar esta situação com ele e fazê-lo ficar ansioso e não aproveitar os dias convenientemente com a família. Além disso, também me dá a hipótese de pensar em alguma coisa para o surpreender na divulgação, algo em que só pensarei depois de fazer o teste que, à partida, será amanhã, já que oficialmente já estarei "atrasada".

 

Lets wait and see!

 

23
Mar23

O início...

Hoje foi o dia escolhido para dar início a este espaço, na tentativa de registar todos os acontecimentos daquela que pode muito bem vir a ser a grande mudança da minha vida. Porque não haverá palavra que melhor defina uma gravidez do que mudança. Mudança no corpo, na mente, nas emoções, nas vontades... E tudo o resto que certamente irei descobrir.

 

Não, ainda não estou grávida. Formalmente, pelo menos, já que ainda não testei positivo. Na verdade, ainda não fiz o teste. 

 

Tenho 34 anos. 35 daqui a pouco mais de 2 meses. Tomei a pílula ininterruptamente durante sensivelmente 18 destes 34 anos. Se há desejo que tenho desde sempre, talvez como a maioria das mulheres, é o de ser mãe. Nunca se proporcionou (esqueçamos os porquês). E quando finalmente decidimos que queríamos engravidar, sinto que foi a altura certa. Mas confesso que há algum tempo que tenho vindo a pensar na idade como "aquele" condicionador de uma eventual gravidez, na probabilidade cada vez maior de ter de esperar demasiado tempo para que pudesse acontecer e, pior, na possibilidade de não acontecer.

 

Há uns meses fui ao ginecologista e disse-lhe que queria perceber se estava tudo bem porque queria ser mãe, embora ainda sem nada planeado. Durante a conversa partilhei com ele esta minha preocupação sobre a idade e ele, gentilmente, virou o monitor do seu computador para o meu lado e mostrou-me o site de uma empresa que trabalha com processos de infertilidade. Nessa altura disse-me "Minha querida, é verdade que a partir dos 35 é realmente mais difícil. Mas também é verdade que a ciência já evoluiu o suficiente para não ter de se sentir pressionada a engravidar por causa da idade". Confesso que olhando para a possibilidade de ter de recorrer a algum tipo de processo não natural para engravidar me deixou ainda mais pressionada, principalmente pelos preços que praticam - para trazer um embrião tenho de deixar um rim dispor de grande capacidade financeira, e ainda assim não é certo que o embrião evolua para feto. No final da consulta estava tudo bem, tinha dois belos ovários, com 3cm e 3,5cm e nada que pudesse preocupar-nos à primeira vista.

 

Nessa altura ainda não tínhamos decidido engravidar. Aliás, o meu moço, que é 6 anos mais novo do que eu, queria ser pai mas não antes dos 30. Acho que a minha própria preocupação com o avançar da minha idade acabou por gerar nele um sentimento de empatia que o levou a aceitar a possibilidade de ser pai ligeiramente mais cedo. Creio que estávamos em Outubro ou Novembro do ano passado quando ele chegou um dia a casa e disse-me "Em Fevereiro vou-te fazer um filho". E foi a partir desse momento que entrámos ambos em sintonia sobre esse assunto. 

 

Anyway... Deixei de tomar a pílula em Janeiro, após o término de mais um ciclo menstrual. O moço brincava comigo e dizia "podemos ir treinando, também não precisamos de acertar logo à primeira". E tinha razão. Depois de 18 anos a tomar a pílula sabia que o mais certo era o meu organismo ter de se readaptar de alguma forma. A minha ideia era engravidar ao longo dos meus 35 anos e, dessa forma, o nascimento seria em 2024, com o moço já mais próximo dos 30 anos. 

 

Restava-nos deixar fluir.

 

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