Até agora sempre usámos dulplo método de proteção: pílula e preservativo. Não que um dos dois não seja suficiente, especialmente a pílula que é batante eficaz, mas porque considero que o preservativo é muito mais seguro e higiénico para a saúde feminina. O moço sempre percebeu e nunca se importou, embora ansiasse pelo dia em que poderia deixar de usar a dita borracha. O que aconteceu a meados de Janeiro, quando também eu deixei de tomar a pílula.
Embora tenha sido um mês tranquilo já senti alguma ansiedade, creio que normal de quem começa esta jornada. Será que vou conseguir? Será que vai ser demorado? E se passar muito tempo e não acontecer? And so on... Não fiquei espantada quando menstruei a 23 de Fevereiro, embora tenha ficado triste. Nos dias anteriores andei a tentar perceber se sentia alguma coisa diferente no meu corpo, e embora quisesse associar alguns sinais a uma possível gravidez (essencialmente sensibilidade nas mamas), tudo o que senti foram os habituais sintomas da TPM.
Antes de tomar a pílula nunca tive ciclos regulares, tendiam sempre a ser maiores que os 28 dias e a duração era sempre incerta. Ora 35, ora 37, ora 32, ora 40. Por isso fiquei surpreendida quando percebi que este primeiro ciclo sem recurso à pílula tinha sido exatamente de 28 dias. Face a esta "novidade", quando iniciei um novo ciclo a 23 de Fevereiro assumi que haveria a possibilidade de voltar a ter 28 dias, portanto apontei o meu período fértil para a janela entre 7 e 14 de Março, dias que, como era de imaginar, o moço adorou. Não sei se tivémos relações sexuais todos os dias mas, se falhámos, foi no máximo um.
Este mês não estive tão ansiosa, encarei estas tentativas com naturalidade e li um pouco sobre o assunto. Li o eBook "Método Natural de Fertilidade" que nos ensina a ler convenientemente os sinais do nosso corpo e a cruzar indicadores que nos ajudam a identificar corretamente a nossa janela fértil. A leitura deste eBook vinha da minha perceção de que, mais cedo ou mais tarde, precisaria de algum esforço pessoal para garantir que fazia as coisas na altura certa. Afinal, já não tenho 20 anos.
No domingo, dia 19, começo a sentir alguns sintomas que não são habituais para mim no que respeita à TPM, nomeadamente uma espécie de cólicas no baixo ventre. Não eram dores absurdas mas eram constantes. A melhor forma de as caracterizar era como se algo me estivesse a pressionar essa zona de forma constante, não ao ponto de me doer mas ao ponto de me deixar bastante desconfortável, o que me levou a passar o domingo todo em casa porque era, realmente, uma sensação muito incomodativa. Juntamente com este sintoma, e mais ao final do dia, comecei a sentir um ardor nos mamilos, acompanhado pelas dores "normais" da TPM. Confesso que não liguei muito a estes sinais porque achei que seriam os habituais sintomas pré-menstruação, mas lembro-me de pensar que estavam ligeiramente diferentes e a vir cedo de mais, já que habitualmente os meus sintomas só surgem 1 a 2 dias antes de menstruar e sinto apenas alguma sensibilidade nas mamas, dores de cabeça e, às vezes, pontadas pontuais no baixo ventre. Porém, não estranhei porque os sintomas podiam ser diferentes agora que não tomo a pílula, ou o ciclo podia por algum motivo ter sido mais curto.
Na segunda-feira, dia 20, passei o dia no escritório constantemente com os mesmos sintomas que surgiram no dia anterior, sendo que as dores mamárias se intensificaram. Fui imensas vezes à casa-de-banho, algumas porque tinha realmente bastante xixi, outras porque estava certa de que o período chegaria a qualquer momento tais as dores no pé da barriga. À noite, já em casa, partilhei a situação com o moço e disse-lhe em tom de brincadeira: "Se a tensão pré-menstrual sem pílula vai ser sempre assim, até me dá vontade de a voltar a tomar rapidamente". Nessa noite notei outra coisa estranha: eu sou sempre certinha nas minhas idas ao WC e, embora cheia de cólicas, não conseguia expulsar aqueles resíduos de dentro de mim. Tinha vontade mas simplesmente não saía nada. Foi nesse momento que me lembrei de uma conversa uns dias antes com a namorada de um amigo do moço, mãe de uma linda bebé de 1 ano e meio, que partilhava connosco que o pior da sua gravidez tinha sido a prisão de ventre. A palavra que dá título a este post ecoou na minha cabeça mas optei por rapidamente a desconsiderar, não valia a pena criar expectativas desnecessárias.
Na 3ª feira dia 21 continuei sem conseguir fazer o n.º 2. Ao longo do dia as cólicas foram mais fracas e já não eram constantes, mas a pressão no peito intensificou. Parecia que sentia as mamas quentes, pesadas e inchadas, diferente da habitual sensibilidade que sinto na TPM. Outra coisa diferente em mim era a sede, estava sempre com vontade de beber água, algo que não é de todo natural em mim, pelo contrário, bebo muito pouca água (I know it's bad!). Foi nesse dia que resolvi contactar o Dr. Google e questionar-lhe sobre alguns dos sintomas habituais no início da gravidez. Tal como eu suspeitava era demasiado cedo para ter sintomas, já que, habitualmente, só são sentidas diferenças a partir da 5ª semana, normalmente já após o atraso menstrual. Porém, também não era mentira que alguns dos sintomas enumerados pelo Dr. Google eram, de facto, cólicas e prisão de ventre. Voltou a ecoar na minha cabeça a pergunta "Será?". Para além de consultar o Dr. Google, a quem desde já agradeço, contactei também um outro especialista que tem um histórico razoável com experiências de gestantes - o Dr. YouTube. Foi ali que assisti à partilha de inúmeras situações em que as mulheres percebiam que estavam grávidas antes de se dar o atraso. E foi através destas experiências que percebi que 95% delas tiveram os mesmos sintomas que eu e também os confundiram com a TPM. No entanto, também havia uma série de sintomas que eu não tinha e que também eram habituais: cansaço, sangramento de nidação, sabor a ferro na boca, azia, etc..
No dia 22, ontem, os sintomas persistiram embora mais fracos - já suportava tocar nas mamas e as cólicas deixaram de ser constantes para serem periódicas. Na parte da tarde surgiram dois novos sintomas: sono e cansaço. Aquele cansaço como quando estamos a "chocar" uma gripe e sentimos tensão e ligeiras dores nos músculos. É suposto o período vir hoje, dia em que estou a escrever este post, mas tenho quase a certeza absoluta que não vem. São demasiadas mudanças, sinais e sintomas... Ou então não! Hoje foi o dia em que, pela primeira vez, senti ligeiras tonturas e fraqueza de manhã, mesmo após ter tomado o pequeno almoço.
Queria muito partilhar com o moço o que estou a sentir mas a verdade é que não quero criar expectativas (já chega as que carrego comigo e que têm vindo a crescer ao longo destes últimos 5 dias). Além disso, e caso se confirme que estou grávida, estaremos ainda numa fase muito recente da gravidez, e embora não tenha em mente esperar as habituais 12 semanas para contar aos mais próximos, também não quero que aconteça já. Como o moço está de folga hoje e amanhã, e vai passar os dois dias com os pais e avós à sua terra natal, tive algum receio de partilhar esta situação com ele e fazê-lo ficar ansioso e não aproveitar os dias convenientemente com a família. Além disso, também me dá a hipótese de pensar em alguma coisa para o surpreender na divulgação, algo em que só pensarei depois de fazer o teste que, à partida, será amanhã, já que oficialmente já estarei "atrasada".
Lets wait and see!